sábado, 28 de julho de 2012

Deus (para refletir)



DEUS...
Passei tanto tempo te procurando.
Olhava para o infinito e não te via. Não sabia onde estavas.
     E pensava comigo mesmo: Será que Tu existias mesmo?
Não me contentava na busca e prosseguia.
Tentava te encontrar nas religiões.
          Tentava te encontrar nas igrejas. Mas tu não estavas.
                     Senti-me só, vazio, desesperado e descri. 
Na descrença, te ofendi. 
Na ofensa, tropecei, no tropeço, caí.
Na queda, senti-me fraco , na fraqueza, pedi socorro.
No socorro, encontrei amigos, nos amigos, encontrei carinho.
No carinho vi nascer o amor. Com o amor vi um mundo novo.
No mundo novo resolvi viver. O que recebi, resolvi doar.
Doando-me, algo recebi.    Recebendo, me senti feliz.
Feliz, encontrei a paz. Com a paz, foi que enxerguei.
Que dentro de mim é que estavas. 
E sem perceber,  te encontrei.   


  

sábado, 9 de junho de 2012

Quantos filhos tem a sua casa?



Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de santo, perguntou:
Quantos filhos sua casa tem?
A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta.
E assim foi no sábado pouco antes de se iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo...
Viu que havia mais os menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou pra colocar algum assunto em  dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.
O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns por que queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.
Na segunda feira haveria um momento de estudos no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.
Na quinta-feira haveria um trabalho na linha do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente compareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.
No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu-se o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também começaram a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:
Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?
Contei 43 minha mãe – respondeu.
Não, filhos verdadeiros tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa. E os outros?
Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa “melhor”, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabar os trabalhos.
O rapaz muito sério perguntou:
E por que a senhora não impõe regras para mudar isto?
Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres…

E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?
Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos
Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro



domingo, 3 de junho de 2012

Sete Lágrimas de um Preto Velho...


Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto velho chorava...
De seus olhos molhados, lágrimas desciam-lhe pelas faces e, não sei porque, contei-as… Foram sete!
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei: - Fala meu preto velho, diz ao teu filho porque externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu: - Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas.

A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas ofuscadas mentes não podem conceber.
A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que os seus próprios merecimentos negam.
A terceira, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar um semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dele de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso e o elogio da flor nos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito “Creio na Umbanda, nos seus caboclos e no seu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo”.
A sexta, eu dei aos fúteis, que vão de terreiro em terreiro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos, porém seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os orixás; fiz doação dessa aos médiuns, vaidosos, que só aparecem no terreiro em dias de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

E assim, filho meu, foi para esses todos, que viste uma a uma, as sete lágrimas desse preto velho!



sábado, 2 de junho de 2012

As Falanges na Umbanda




Na Umbanda temos as principais falanges que se manifestam em todos os terreiros, entre elas; pretos velhos, caboclos, boiadeiros, baianos, crianças, oriente, marinheiros, ciganos, exus e pombas giras.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
     
Pai Joaquim de Angola    


PRETOS - VELHOS
Existe na Umbanda uma linda falange denominada de “Falange dos Pretos-Velhos” ou “Linha das Almas”. Originário dos escravos no cativeiro, os pretos-velhos tem como característica principal à prática da caridade. Como disse, os pretos-velhos viviam no cativeiro amontoados em senzalas, alimentavam-se de mingau de farinha, inhame, toucinho, banana, enfim comiam tudo que tivesse calorias baratas. Eram submetidos às condições desumanas e implacáveis de trabalho. Só os mais fortes sobreviviam. Um preto-velho quando incorpora no médium vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas. São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda àqueles que estão em dificuldade material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve, mas para o lado emocional e físico, das pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.  Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, faz deles as entidades mais procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.   Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás, saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção. Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura de larvas astrais e energias negativas.
Destaco abaixo alguns nomes de pretos-velhos que baixam prestando inúmeras caridades:

Pai Joaquim da Angola
Vovó Maria Conga
Pai Joaquim do Congo
Vovó Cambinda
Pai João do Congo
Vovó Luíza
Vovô Rei do Congo
Vovó Benedita
Pai Jacó
Vovó Maria Redonda
Vovô João de Aruanda
Tia Maria
Pai Benedito
Vovó Catarina D’Angola

   Caboclo Pena Branca

CABOCLOS
A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento da miscigenação. Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas através de ervas e simpatias, desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas. Os caboclos, espíritos de índios, tidos como o braço forte da Umbanda, não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". pois estes nossos irmãos depois de desencarnarem, ainda conserva um corpo espiritual bastante denso carregado de fortíssima vitalidade. São entidades, espíritos de índios brasileiros e Sul Americanos, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.  Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas vibrações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou  não aquela em que ele atua.  Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxossi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxossi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã. Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxossi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxossi. No panorama espiritual rente a Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão, pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região. Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem a esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas. Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam uma energia de força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que possam lhe dar empregos e favores, isso não é verdade, o trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos os nossos objetivo. A magia praticada pêlos espíritos de caboclos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa. Eu sei que infelizmente, existem vários terreiros que praticam esta magia inferior, mas estes são os magos negros, que para disfarçar o seu verdadeiro propósito, se escondem em terreiros ditos de Umbanda para que possam atrair as pessoas e desenvolver as suas práticas negativas, com promessas falsas que sabemos nunca são atendidas. Mais graças a Oxalá, esses terreiros estão acabando, pois, o povo esta tendo um maior conhecimento e buscando a verdade e é através desse caminho, de busca da verdade, que esse templo de Umbanda pretende ensinar a todos, o verdadeiro caminho da fé.  Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram. Nos seus trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na energia de cada Orixá ) , velas, geralmente de cera, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso. Todo esse material será disposto encima de uma mandala ou ponto riscado, para que esse direcione o trabalho. Quando fazemos um trabalho para uma entidade da Umbanda e colocamos algum prato de comida, como pôr exemplo espigas de milho cozidas com mel, esta comida não é para o Caboclo comer, espíritos não precisam de comida, o alimento que esta ali depositado, serve como alimento espiritual, isto é, a energia que emana daquela comida e transmutada e utilizada para o trabalho de magia a favor do consulente, da mesma forma o charuto que a entidade esta fumando é usado para limpeza, do consulente através da fumaça e das orações que estas entidades fazem no momento da limpeza, são os chamados passes de Umbanda. Muitas vezes a Umbanda é criticada e chamada de baixo espiritismo, pois seus guias fumam e bebem, mais estas críticas se devem a uma falta de conhecimento da magia ritual que a Umbanda pratica, desde o início, com tanta maestria e poder, e sempre o fará para o bem de todos.No culto de Umbanda, Oxossi é o chefe da linha de caboclos.  O caboclo é a imagem do indígena nativo de nossa terra e quando incorporado, presta caridade, dá passes, canta, dança e anda de um lado para outro em lembranças aos tempos de aldeia . Conhecedores de muitas ervas, os caboclos têm um papel muito importante:  os remédios de ervas e amacis, em que amacis são mistura de ervas que maceradas servem para o fortalecimento do filho-de-santo.  Já os remédios de ervas são plantas ou ervas que combinadas ou sozinhas servem para aliviar ou até mesmo curar doenças.  Nisso tudo os caboclos têm participação muito especial e são encarados e interpretados pelo povo como uma entidade que veio ajudar e aliviar as pessoas dos seus problemas.
Alguns nomes de caboclos:

Caboclo Pena Branca
Caboclo 7 Estrelas
Caboclo Ubirajara
Caboclo Guará
Caboclo Tupinambá
Caboclo 7 Fechas
Caboclo Ubiratan
Cabocla Jurema
Caboclo Pena Verde
Caboclo Pena Azul
Caboclo Urubatão
Caboclo Cobra Coral



CABOCLO BOIADEIRO
Dentre muitos caboclos que baixam em vários terreiros, o Caboclo Boiadeiro tem sempre uma participação especial nas seções de caboclo. Boiadeiro é muito respeitado e aplaudido por trazer de volta ao nosso convívio toda a sua experiência adquirida em tempos de boiada, do sertão bravio, do homem responsável pela conduta da boiada do seu patrão. De um modo geral, Boiadeiro usa um chapéu de couro com abas largas (para proteger-lhe do sol forte), calças arregaçadas e movimenta-se muito rápido. Um pequeno cântaro para carregar água, tão importante para a viagem. O chicote que usa para açoitar a rez feroz. A corda, usada para laçar o boi bravo, ou para pegar aquele que se afasta da boiada, ou ainda usada para derrubar o boi para abate. Boiadeiro, na verdade, traz toda uma soma de sabedoria acumulada dessas viagens e vivências do campo. Na verdade, estamos descrevendo uma maravilhosa entidade de muita luz e muita força. O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro, habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.  Em geral, trabalha rodando sua guia por sobre a cabeça do consulente e depois a esfregando pelo seu corpo, para promover a limpeza do campo áurico.  Invariavelmente a guia arrebenta... Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.


 BAIANOS
A corrente baiana é formada por espíritos alegres, brincalhões, descontraídos e adoram "desmanchar" demandas. São pessoas que viveram na Bahia (geralmente) , e que vêm ao terreiro para passar seu axé, e sua energia positiva. São muito conselheiros, orientadores, aguerridos e chegados à "macumba" (dança ritual), durante a qual trabalham enquanto giram com seus passos próprios. Apreciam as "festas" que lhes fazem, onde bebem batida de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana. A gira do Povo Baiano é muito animada, estas entidades, também têm muito o que ensinar. Salve o povo Baiano!


CRIANÇAS
São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces. Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também têm funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas a Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões .Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Eles manipulam as energias elementares e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessário muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. É comum em uma gira de criança, ver um médium "cambaleando" antes de incorporar inteiramente, isso se dá devido à "disputa" que estes espíritos travam para ver quem incorpora primeiro, bem típico desta linha. No seu dia de comemoração acaba virando uma grande festa de aniversário, adoram guaraná e doces e promovem uma animada "bagunça" quando baixam no terreiro. Sua energia é transbordante de vitalidade e alegria, sendo capaz de derramar as maiores bênçãos da  fertilidade e da harmonia.   Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.  Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos é grande. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.

Exú Sr. Tiriri

EXÚ   E  POMBA GIRA
São espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc, etc... Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda. São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados, mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, e crianças, são servidores dos Orixás.  Não se devem confundir os Exus da Umbanda com Exu da Nação (candomblé), pois são diferentes.    Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados à prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens de seus "patrões". Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: A abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações. Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc... de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada. Os exus recebem na Umbanda certas denominações como Povo de Rua, Compadres e Comadres, Guardiões etc , para classificar entidades que trabalham num plano astral evolutivo. Estas entidades são firmadas em um lugar chamado de tronqueira. Saravá , Povo de Rua! Saravá, os Compadres e as Comadres , Saravá os guardiões desse terreiro de Umbanda. Exú é um tipo de entidade que trabalha na esquerda, são os espíritos, que melhor nos entendem, pois conhecem o problema humano. São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente a defesa dos seus médiuns e a defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material. Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados, pembas brancas, pretas e vermelhas. Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os consulentes, principalmente pôr que quando falam que vão ajudar certamente o farão.  Exú é a Polícia de Choque da Umbanda, é quem cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados. Na falange de Exú existem muitos, entre eles, estão: Exu Tranca-Rua-das-Almas, Exu Tirirí, Exu Marabô, Exu Veludo, Exu Morcego, Exu Gira-mundo, Maria Padilha, Maria Mulambo, Exu Caveira , Exu Ventania etc. Existem três tipos de Exu:
 
EXU PAGÃO: é aquele que não sabe distinguir o Bem do Mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou.

EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, praticando os dois  conscientemente; são os capangueiros ou empregados das entidades, a cujo serviço evoluem na prática do bem, porém conservando suas forças de cobrança.

EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Oguns, Xangôs e até como Senhoras.

Os Exus estão divididos em 3 grandes linhas: Cemitério, Encruzilhada e Estrada.
Exus do Cemitério: É formada por Exus sérios, em sua maioria servidores de Omulú (Rei do Cemitério). Não costumam dar consulta, se apresentam principalmente em grandes obrigações, trabalhos e descarregos.   Ex: Exu João Caveira; D. Maria Quitéria; Exu Caveira, D. Rosa Caveira; Exu  7 Catacumbas; Exu 7 Facas, etc... 
Exus da Encruzilhada: Esta linha é formada por Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também de participar em obrigações e descarregos . Alguns deles se aproximam muito (em suas características) da linha do cemitério, são os que chamamos de "Encruza pesada", enquanto outros se aproximam mais da linha da estrada, "Encruza leve". Ex: Exú Tranca Rua; Exú. Veludo; Exú das 7 Encruzilhadas; D. 7 Encruzilhadas; D. Maria Mulambo; etc...
Exus da Estrada: São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir sempre do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo.  Nesta linha trabalham vários espíritos, desde os Exus da estrada propriamente dita, como também os Ciganos e a malandragem. Também se encaixam nesta linha alguns espíritos, que apesar de já terem atingido um certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Exus (Exu Mangueira, Exu do Tempo, etc...).  Ex: D.Maria Padilha; Sr. Zé Pelintra; D.Rosa Vermelha; Sr.Tiriri; D.Cigana/Ciganinha,etc Obs: Alguns terreiros giram ciganos junto com os exús.

Sua cor é Vermelha é preta. 
Sua guia também é vermelha e preta. ou amarela e preta ou preta e branca
Sua roupa da mesma cor, as Pombas Giras da saias compridas e blusa, e os Exús, de calça camisa e capa.
Erva: folha da fortuna 
Simbolo: é o tridente
Número:  7  
Dia: segunda-feira 
Elemento e força da natureza: fogo
Chakra atuante: básico ou sacro
Saudação: Laroiê-Exu
Negativo: Quiumbas
Local de entregas: Encruzilhadas, cemitérios, praias, lodo, pedreiras, etc.

Encruzilhadas abertas: para todos Exus (indistintamente)
Encruzilhadas fechadas: para todos os Exus (indistintamente)
Porteira de Curral: Exu das Sete Porteiras
Encruzilhadas Mistas: Exus mirins, etc...
Encruzilhadas em "S" ou curvas: Exu Tira-teima
Encruzilhadas em pé de galinha: Dona Pomba-gira
Encruzilhadas em forma de T: Dona Pomba Gira
Encruzilhadas de estrada de ferro: Dona Maria Padilha
Encruzilhadas de caminho do mato: Dona Maria Molambo
Nas curvas em S nunca se caminha pelo lado do ângulo da curva.
Nunca se devem atravessar as encruzilhadas em diagonal, principalmente às de dentro do cemitério. Ao utilizar-se uma porteira de curral, entra-se pelo lado direito e sai-se pelo esquerdo.

Nota especial da cor representativa e dos colares (guias) *
Vermelho e preto: para todos os EXUS de encruzilhadas.
Preto e branco: Para todos EXUS com chefia, independente do local que pertença.
Preto e amarelo: Exclusivas para os EXUS da Calunga Pequena (cemitério).



Os Exus nas sete linhas de Umbanda

Linha de Oxalá: Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas etc.
Linha de Yemanjá: Todas as Pombagiras.
Linha de Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das 7 Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu 7 Encruzilhadas, Exu 7 Facas, Exu da Mangueira
Linha de Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros.
Linha de Xangô: Exu Marabô, Exu Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra.
Linha de Yorimá: Exu Caveira, Exu Tatá Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu Mulambo, Exu 7 porteira e outros. 

Linha de Yori: Todos os Exus mirins.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Velas


Desde os tempos mais remotos na história das religiões as velas sempre foram utilizadas.
Dentro da Umbanda, por ser uma religião de cunho magístico, onde a vela tem relação direta com a luz, seu uso é indispensável, em todos os rituais.
O ato de acender uma vela reúne em si duas ações, a demonstração da fé e o desejo de ligação mais íntima com o mundo espiritual. É o momento em que se faz uma ponte mental entre o seu consciente e o pedido ou agradecimento que está sendo feito à determinada entidade, ser de luz ou Orixá, com a qual estiver sintonizado.
Ao acendermos velas para nossos guias devemos sempre fazê-lo em total concentração, mentalizando sempre seus pontos de força na natureza, mantendo nosso pensamento firmemente direcionado para o que se deseja alcançar, lembrando que jamais devemos evocar a força de nossas entidades para fazer mal, pois, nesse momento a energia emitida pela mente do médium, irá englobar a energia do fogo e juntas viajarão pelo espaço para levar aos guias a razão pela qual está sendo feita a queima.

As entidades e as cores das velas:
1 – Falangeiros de Oxum – velas azuis claro.
2 – Falangeiros de Oxossi – velas verdes.
3 – Falangeiros de Ogum – vela vermelha ou vermelha e brancas.
4 – Falangeiros de Xangô – velas marrons.
5 – Falangeiros de Iemanjá – velas brancas e azuis
6 – Falangeiros de Iansã – velas amarelas.
7 – Falangeiros de Nana – velas lilás.
8 – Falangeiros de Ibeji – velas rosas e azuis.
9 – Falangeiros de Omulú/Obaluaê – velas preto e branco.
10 –Povo Cigano – velas de todas as cores (menos preto).



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Datas Comemorativas



Oxalá
25 de Dezembro
Xangô
29 de Setembro
Oxossi
20 de Janeiro
Ogum
23 de Abril
Iemanjá
08 de Dezembro
Oxum
15 de Agosto e 12 de Outubro 
Iansã
04 de Dezembro
Nana
26 de Julho
Obaluaê
16 de Agosto e 17 de Dezembro
Omulú
24 de Agosto e 02 de Novembro
Ibeji
27 de Setembro
Pretos Velhos
13 de Maio
Exu ( S. Antonio de Penha)
13 de Junho


Pontos Riscados na Umbanda



O ponto riscado possui grande significado e valor mágico no culto de Umbanda. É através do ponto riscado que os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral. O ponto riscado é um emblema-símbolo. Os símbolos são sinais expressos de forma que dão a entender uma intenção ou trajetória humana. No caso do ponto riscado, os guias usam a pemba para poder riscar os seus pontos ou símbolos espirituais. Os pontos riscados também são utilizados pelos guias para servirem de ponto de fixação através das suas mirongas , para descarregarem as energias negativas das pessoas que estão sendo atendidas por ele.  Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, pois acredita-se que uma entidade não estiver realmente bem incorporada ela não saberá riscar o ponto que a identificará das demais.


sábado, 19 de maio de 2012

Oração do Silêncio.



ORAÇÂO DO SILÊNCIO

Pai ,que hoje eu possa saber fazer silêncio!
Que os maus pensamentos se calem
e que os meus ouvidos sejam surdos
para más palavras e maledicências.
Que os meus olhos possam enxergar apenas o Bem
em todas as coisas por pior que elas pareçam.
Que o meu ego se emudeça e se afaste
de julgamentos e condenações.
Que a minha alma se expanda e tenha compaixão
por todos os seres vivos.
Que em meu silêncio eu veja que há tempo
para fazer preces pelos que já se foram.
Que eu consiga perceber cada recado Teu
através das Tuas criações.
Que eu compreenda que a Tua voz é a única que me
sopra a Verdade nas 24 horas dos meus dias.
Que eu veja em cada minúsculo a grandeza da Tua obra.
Que eu perceba nessa Grandeza o quanto
és desprovido de orgulho.
Pai ,que hoje eu possa saber fazer silêncio!
Que eu saiba calar na hora exata
e nessa hora lembrar-me de observar
que na melodia da Vida prevalece a Tua arte
e, que em meio a qualquer som,
Tu sempre soarás mais alto.
Salve!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Oferendas



OFERENDAS
Muitas pessoas (principalmente sacerdotes), dizem que os espíritos e os Orixás comem as oferendas.  Isso nada mais é do que uma forma de falar, uma gíria, digamos assim, pois os espíritos não sentem fome, pois não possuem mais corpo material. Tudo no universo precisa de equilíbrio para existir, esse equilíbrio se faz com a existência de duas partes em algo, uma parte positiva e outra negativa, pois nada é totalmente ruim e nem totalmente bom. Os alimentos, como tudo que possui vida no universo, são feitos de energias, algumas delas conhecidas pelos espíritos encarnados e outras não.
Por isso, são feitas as oferendas, para que a entidade que as estiver recebendo as absorvam através da deterioração do alimento e, não pela ingestão como alguns pouco esclarecidos pensam. Essas oferendas são usadas para o alívio e cura das pessoas, sendo que para o mal, é usada a mesma fórmula, só que se absorve a energia negativa neste caso.
Todos os seres vivos que habitam o universo, possuem uma energia vital, que muitos a chamam de aura. Essa energia, quando afetada, pode trazer diversos males ao corpo físico, pois a mesma pode ser enfraquecida ou até mesmo carregada de energias negativas, podendo causar até a morte da pessoa doente, pois, tratamentos médicos para males do espírito são completamente inúteis,  pois se não for feito um tratamento espiritual adequado imediato, como dito anteriormente, pode haver a desencarnação do doente. As oferendas feitas às entidades têm o propósito de fazer com que as mesmas renovem a aura do doente, restabelecendo assim, a sua saúde física, mental e espiritual. As oferendas normalmente são compostas de frutas de todas as qualidades, legumes, vegetais, doces, flores em quantidade e velas de todas as cores.
OXALÁ:
canjica branca cozida em água e coberta com mel deve ser servida em vasilha de louça branca, velas brancas.
OXUM:
Pêssego coberto com açúcar cristal deve ser servido em vasilha de louça branca, velas azuis claras.
7 velas brancas e 7 azuis claro, água mineral canjica branca, fitas azuis clara e branca
IANSÃ:
7 velas brancas e 7 amarelo escuro, água mineral, acarajé ou milho em espiga coberto com mel ou ainda canjica amarela, fitas branca e amarelo escuro e flores.
NANÃ:
purê de batata doce com mel (ALGUIDAR), vela roxa.
IEMANJÁ:
Arroz cozido em água sem tempero ou manjar branco servido em vasilha de louça branca, vela branca ou azul.
XANGÔ:
quiabo com azeite doce (GAMELA), vela marrom ou inhame cozido na água sem tempero e regado com dendê e mel.
OXOSSI:
frutas diversas, vinho tinto ou cerveja preta (ALGUIDAR)
Comida: jiló, quiabo, mandioca e demais legumes e verduras cozidas, vela verde.
OGUM:
Servir feijão preto cozido em água sem tempero , cerveja branca, , vela vermelha ou vela vermelha e branca
OMULU/OBALUAÊ:
pipoca estourada em areia de praia, ou no azeite de dendê , deve ser servida em vasilha de barro (alguidar), vela preta/branca.


OFERENDAS PARA CABOCLOS

Frutas diversas , milho cozido,vinho branco em coité ,flores do mato e velas
Local da oferta:   Matas

OFERENDAS PARA PRETOS-VELHOS

Feijoada ou  Tutu de feijão ou cuscuz , acompanhado de café amargo ou vinho, fumo e velas brancas.
Local da oferta : cemitérios , cruzeiros , tronco de arvore grande.
                                        
                             OFERENDAS PARA AS CRIANÇAS

Farinha de mandioca com açúcar, bolo de aniversário, balas, pirulitos e doces em geral, vela cor de rosa.
Local de oferta:  Numa praça , na praia , na cachoeira , num jardim.